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NEM PRETO NEM BRANCO: O FENÓTIPO E GENÓTIPO DE JESUS, O CRISTO

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Volta e meia surge a questão de como seriam as feições de Jesus. E, junto a esta, outra questão: o quanto é importante para os crentes que ele tenha uma ou outra feição. Responder a estas perguntas não é fácil, pois, no primeiro caso, não há alguma referência histórica direta que seja capaz de traçar o fenótipo do Mestre de Nazaré. No segundo caso, a resposta nasce condicionada a uma questão subjetiva, a saber: em quem eu creio?

Jesus nasce na Palestina, de mãe palestina, de pai adotivo palestino. Pertencente à estirpe judaica, no físico é nos modos tende a identificar-se com os seus. De fato, segue os costumes do seu povo, inclusive os religiosos. O modo de vestir-se, de comer,… Jesus é um judeu! E, o povo judeu não apresenta traços europeus do tipo, pele branca, pálida, de olhos claros, azuis, como a iconografia europeia buscou delinear e impor como única imagem. Por conta do rocambolesco processo de colonização esta imagem foi trazida às Américas. È a que, maiormente, o fieis têm em mente. E, as consequências não são tão boas como se possa pensar.

É um locus theologicus¹ afirmar que o rosto de Cristo recebe sua identificação no rosto de cada pessoa que tem seu encontro intimo com ele. Assim sendo, porque, por exemplo, tanta aversão por parte de alguns, à imagem de um Cristo negro, de um Cristo pobre, de um Cristo,… identificado com os rosto silenciados, marginalizados em nossa sociedade? O medo de perder a transcendência do Cristo, afasta, por vezes, a hipócrita negação de sua imanência histórica, isto é, de sua restrita encarnação no espaço-tempo. Se, é verdade – e eu creio – que o rosto do Cristo é o rosto de cada ser humano, especialmente o rosto dos oprimidos e abandonados; é igualmente verdadeiro que Jesus teve um rosto humano; humaníssimo nos seus modos, humaníssimo nos seus sentimentos,… humaníssimo!

 

Todavia, o loci communes, tenta afastar as feições de Jesus da feição dos excluídos. Basta imaginar que no início do cristianismo, em Roma, grafitaram o Crucificado com feições de um “asmo”. Deste modo, debochavam dos que queria segui-lo, fazendo, já à época esta propaganda difamatória. Os seguidores de um asno, a força de segui-lo, qual feição adquiririam? A revanche propagandista cristã, com o tempo, neste radical movimento pendular, gerou outra feição para Jesus. Imaginem: que rosto deveria ter o referencial de um modo de vida, de uma religião atrelada ao poder temporal, destinada a ser o “grude” que une a religião ao Estado? Deveria ter a “cara” do senhor ou do escravo, do dominador ou do dominado? Consciente deste atropelo histórico é necessário que devolvamos as feições de Jesus. Como ela, sua feição teológica. Mas, buscando responder à segunda questão. Como você que é crente reagiria a estes tipo de feição de Jesus? Tens coragem de, aceitar o fenótipo pouco caucasoide de Jesus? E o seu genótipo? De um preferencial – mas nunca exclusivo e excludente – amor pelos últimos de nossa sociedade?

 

Cláudio Dionízio, Professor, doutor em Ciências Sociais, presbítero católico.

¹Um itinerário da revelação encarnada. Cf. M. Cano. De loci theologicis libri XIII: cum índice copiosíssimo atque locupletissimo. S. Sassenus – A. Byrckmann. Lovain.1564.

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