Por Pe. Diógenes Rodrigues – Chanceler do Arcebispado

Queridos irmãos e irmãs,

Hoje, a Igreja celebra o Dia dos Fiéis Defuntos, também conhecido como Dia de Finados. Este é um momento especial de reflexão sobre a vida, a morte e a vida eterna, no qual somos convidados a renovar a nossa esperança cristã: a morte não é o fim, mas uma passagem para Deus.

A liturgia deste dia nos conduz a rezar por todos os que partiram, especialmente pelas almas que estão em processo de purificação. A Igreja, em sua sabedoria e misericórdia, nos concede a oportunidade de oferecer sufrágios, orações e missas pelas almas do purgatório, confiando na intercessão daqueles que já estão na glória de Deus.

Esta celebração nos apresenta vários elementos fundamentais para a nossa fé e vida espiritual:

1 – A vida após a morte

A fé cristã ensina que a vida não termina com a morte, mas se transforma. A morte é a porta para o encontro definitivo com Deus, e não o encerramento da existência.

2 – O juízo e a salvação

Após a morte, cada pessoa passa por um juízo particular, e as escolhas feitas durante a vida terrena influenciam o destino eterno. Este dia nos recorda a importância de viver com consciência e responsabilidade moral, orientando nossas ações para o bem.

3 – A esperança na ressurreição

Para quem crê em Cristo, a morte não é derrota, mas início de uma nova vida. Jesus venceu a morte e nos oferece a esperança da ressurreição, fundamento da nossa fé e razão da nossa esperança.

4 – A oração pelos falecidos

Somos convidados a rezar por todos os que já partiram, sobretudo por aqueles que aguardam a plenitude da comunhão com Deus. As nossas orações e oferendas espirituais são gestos concretos de caridade e comunhão.

5 – O sufrágio pelas almas do purgatório

Neste dia, contemplamos a comunhão dos santos: a Igreja militante (nós, peregrinos na terra), a padecente (as almas do purgatório) e a triunfante (os santos no céu). As nossas orações ajudam a aliviar as almas que ainda passam pela purificação.

6 – A visita aos túmulos

É tradição neste dia visitar os túmulos dos entes queridos, como sinal de amor e memória. Esse gesto é também uma ocasião para meditar sobre a brevidade da vida, renovar a fé e agradecer a Deus pelos que nos precederam.

7 – Viver o presente com responsabilidade

A reflexão sobre a morte nos leva a valorizar o tempo presente. Somos convidados a viver com responsabilidade, amor e fé, sem nos prender às ilusões passageiras deste mundo.

8-  O arrependimento e o amor

O Dia de Finados nos convida à conversão, a abandonar o pecado e viver em amor e comunhão com Deus e com o próximo, preparando o coração para a eternidade.

9 – Preparação para a vida eterna

Refletir sobre a morte é também preparar-se para o encontro com Deus, buscando viver de modo digno da nossa vocação cristã, com fé, esperança e caridade.

Neste dia de oração e recordação, peçamos a Deus que acolha na sua infinita misericórdia todos os fiéis defuntos e que fortaleça em nós a certeza da vida eterna. Que esta celebração nos ajude a refletir sobre a nossa caminhada, perguntando-nos: temos vivido segundo a vontade de Deus ou segundo os valores do mundo?

Que o Senhor, em sua bondade, ilumine nossos corações, fortaleça nossa fé e nos conceda um espírito de oração e esperança.

Pe. Diógenes Rodrigues
Chanceler do Arcebispado