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ARQUIDIOCESE DE ARACAJU

FRATERNIDADE E CAMINHADA PAROQUIAL

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O cuidado recíproco deve permear as relações instauradas entre o sacerdote e a paróquia que lhe fora confiada. A paróquia, Casa de oração como definida pelo próprio Jesus no Evangelho, está empenhada com o crescimento espiritual de todos aqueles que a frequentam, seja nas celebrações da Santa Missa, ou ainda, nos grupos e movimentos que dinamizam o percurso evangelizador de cada realidade pastoral.

Os leigos são protagonistas deste trajeto realizado nas realidades paroquiais. Os leigos residem nas particularidades encontradas nas paróquias e conhecendo-as tão bem quanto a palma da mão, devem ser ouvidos para traçar os projetos pastorais paroquiais com a entrega da vida, tristezas e alegrias que são oferecidas a Cristo na Eucaristia, como recorda a Gaudium et Spes, fruto do Concílio Vaticano II.

Os obstáculos encontrados nos bairros ou nos mais longínquos povoados que formam as realidades paroquiais fazem parte do cotidiano dos leigos, e por vivenciá-los na pele, sabem como expor propostas que sejam capazes de superá-los em prol da propagação do Evangelho, a Boa-Nova que confraterniza, pois aos olhos de Cristo somos todos irmãos entrelaçados pelo vínculo da paz e da compaixão (Mateus 23,8).

Assim, o sacerdote deve cultivar em cada comunidade uma postura de escuta fraterna e respeitosa da caminhada realizada por tantas pessoas, que com o coração abnegado, contribuíram com o florescer da família paroquial. Uma postura de escuta é relevante até mesmo para traçar outros rumos que serão percorridos ao longo de um novo pastoreio inserido num percurso eclesial ininterrupto, sinfônico e sinodal.

A escuta fraterna dará ao sacerdote o discernimento necessário para reger os bens espirituais através dos sacramentos, que são os canais eficazes da graça divina, indispensável para a caminhada de homens e mulheres de fé e caridade. O mesmo discernimento auxilia o sacerdote no uso dos bens temporais, ou seja, no conjunto de objetos sacros e instalações que formam o patrimônio material da vida paroquial.

O patrimônio material de uma comunidade paroquial não é propriedade de um sacerdote, não pertence ao mesmo, mas em decorrência do múnus de santificar, ensinar e governar, o sacerdote cultiva um coração zeloso para vivenciar as nuances do verbo cuidar. No Evangelho de Jesus, o ato de governar significa servir, portanto, o sacerdote é o servo do patrimônio espiritual e material da comunidade paroquial. Neste sentido, o cânone 1281 do Código de Direito Canônico (CDC) declara que: “os administradores executam invalidamente os atos que excederem os limites e o modo de administração ordinária, a não ser que previamente tenham obtido licença do Ordinário dada por escrito”. (grifo nosso)

Naturalmente, compreende-se que o gosto arquitetônico do padre não deve pesar sobre a comunidade, sobretudo quando uma determinada realidade paroquial já possui um patrimônio material consolidado há anos, fruto das ofertas e partilhas de tantas vidas. O altar, o sacrário, o presbitério, não devem ser definidos de modo isolado pelo padre, mas com a participação ativa da comunidade e ao redor de Cristo. Ressalte-se quanto afirma o cânone 1284 do CDC: “§ 1. Todos os administradores têm a obrigação de desempenhar as suas funções com a diligência de um bom pai de família. § 2. Por consequência, devem: 1. velar para que os bens de qualquer modo confiados à sua administração não pereçam nem sofram detrimento”. O patrimônio material de uma paróquia também exala o cheiro das ovelhas de Cristo, Bom Pastor.

A escuta fraterna, inclusive das vozes contrastantes, dará equilíbrio para que as decisões nas paróquias não sejam escassas e nem excessivas, mas sim revestidas da justa medida apontada por Aristóteles, como indispensável para tecer redes de relações salutares.

Portanto, cultivando uma escuta fraterna, o itinerário das transferências dos padres nas paróquias encontrará a justa medida entre rupturas e continuidades. De modo que a acolhida de um novo padre não será um marco zero e nem um abandono das tradições, mas um lançar as redes para as águas mais profundas (duc in altum), acolhendo o pedido que Cristo confia a sua amada Igreja, a Peregrina da Esperança.

Pe. João Cláudio é pároco da paróquia Santa Teresinha (Bairro Robalo). 

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