por padre Roberto Benvindo,
pároco da paróquia Nossa Senhora de Lourdes (bairro Siqueira Campos, Aracaju)
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos 4,35-41
— Glória a vós, Senhor.
— “Não bastou porém a Deus fazer seu filho Jesus indicar o caminho. Quis que ele mesmo fosse o caminho a fim de te deixares conduzir por ele caminhando sobre ele próprio.” (Santo Agostinho)
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Queridos irmãos e irmãs,
A liturgia deste décimo segundo domingo do tempo comum nos ensina a experimentar o poder de Jesus sobre nossas vidas, um poder que faz silenciar tudo aquilo que vem roubar nossa paz, nossa alegria e nos tirar do caminho do Senhor. O Senhor Jesus, meus irmãos, está conosco. Ele mora dentro de nós, em nossas almas. Ele não está indiferente ao seu sofrimento, às suas tentações e às provações que você enfrenta na sua vida. Se você se percebe assim, sem sentir a presença de Jesus, está tendo uma ilusão espiritual. O poder da palavra vai dissipar isso hoje, porque Jesus tem o poder de silenciar tudo o que se levanta contra você. Assim, você poderá atravessar sua vida humana e espiritual com serenidade e paz, mesmo em meio às tribulações e provações que enfrentamos.
Vamos agora tomar em mãos o evangelho deste domingo. Estamos no capítulo quatro de São Marcos, versículos trinta e cinco e trinta e seis. O texto começa assim: “Naquele dia, ao cair da tarde.” A tarde, no evangelho, representa o início de uma nova etapa. Preste atenção, pois Jesus quer lhe proporcionar uma nova maneira de pensar e viver. Jesus disse a seus discípulos: “Vamos para a outra margem”, a margem do Mar da Galileia, também conhecido como Mar de Tiberíades ou de Genezaré. É muito importante atravessar o mar, aprender a passar pelo mar da vida. Eles despediram a multidão e levaram Jesus consigo, assim como estava na barca. Havia ainda outras barcas com ele.
Observemos que, das parábolas na barca, Jesus pregava sentado. Jesus percebeu que os discípulos, aqueles que Ele escolheu para si especialmente, não tinham amadurecido na fé. Por isso, Ele os expôs à tempestade dentro da barca, já no meio do Mar da Galileia, para prepará-los para os milagres que, ao mesmo tempo, representam a vivência dos sacramentos.
Então, vejamos as parábolas. Estamos no capítulo quatro do evangelho de São Marcos. Jesus, sentado na barca, ensina as multidões. Se você quiser dar um passo atrás e tomar o primeiro versículo do capítulo quatro, verá que Jesus começou novamente a ensinar à beira do mar. Aglomerou-se junto a Ele uma tão grande multidão que Ele teve de entrar numa barca no mar, enquanto toda a multidão ficou em terra, na praia. Jesus pregava no mar por uma questão prática: assim, Ele podia atingir a todos. Ao mesmo tempo, sobre o mar, Ele mostra que é o Senhor, o Senhor da morte e de todos os dias.
Jesus percebeu que os discípulos não estavam maduros. Ele estava pregando e ensinando, mas eles ainda não estavam prontos na fé, prontos para experimentar os milagres, para evangelizar, para viver a comunhão na Igreja e com os irmãos. Por isso, Ele os expôs à tempestade. A tempestade e o mar são lugares de prova para o amadurecimento. Se você estiver passando por provações, saiba que Jesus está querendo amadurecer você.
Continue ouvindo a homilia na íntegra: