No 23 de outubro o Exmo. Reverendíssimo Dom Josafá Menezes da Silva, arcebispo metropolitano, tornou público o seu decreto que introduz a Causa de Canonização de Frei Miguel na Arquidiocese de Aracaju. Com este decreto Dom Josafá dá os primeiros passos para que o Papa possa declarar um fiel santo, isto é, canonizá-lo.
Na oportunidade, Dom Josafá também publicou um convite conclamando os fiéis a participarem da Sessão de Abertura do Processo de Investigação das virtudes cristãs de frei Miguel, a realizar-se no dia 26 de novembro, às 17h, no Santuário São Judas Tadeu, em Aracaju. Nesta cerimônia o senhor Arcebispo, o Postulador e Vice-Postulador da Causa, e os outros integrantes das comissões do Inquérito Arquidiocesano prestarão juramento público.
O processo que se iniciará no dia 26 de novembro corresponde à fase arquidiocesana do processo. O Arcebispo instituiu um Tribunal de Investigação que ouvirá o depoimento de testemunhas, cerca de 50 pessoas, que tenham conhecido frei Miguel e que possam fornecer informações a respeito de suas virtudes. Ele criou também uma Comissão Histórica que paralelamente ao Tribunal fará um levantamento de todos os documentos que digam respeito aos traços biográficos e históricos de frei Miguel.
Estamos organizando os trabalhos prevendo um cronograma de 12 meses para a execução da fase arquidiocesana. Ao final, uma outra cerimônia será realizada para concluir esta fase e enviar a Roma todo o material coletado. Depois disso se passará à fase romana do processo, que o analisará e dará o seu parecer.
O milagre: para que frei Miguel seja canonizado é necessário que antes seja declarado Beato, ato que já autorizaria o seu culto na Arquidiocese de Aracaju. Para isso seria necessário um milagre. Para a declaração de Santo, isto é, para canonizá-lo, seria necessário um 2⁰ milagre e, com isto, o seu culto passaria a ser autorizado por todo o mundo.
Frei Miguel nasceu na Itália em 30 de outubro de 1908 e faleceu na capital sergipana em 9 de janeiro de 2013, aos 104 anos de idade e com uma grande fama de santidade. Viveu cerca de 50 anos em Aracaju e foi o responsável pela construção da Igreja dos Capuchinhos, no Bairro América.
Frei Miguel destacou-se sobretudo pela sua humildade e habilidade de confessor e conselheiro. Realizou um número de batizados recorde. Junto a frei Florêncio, foi construtor de muitas igrejas na capital e área metropolitana.
Pouco a pouco passaram a chamá-lo de santo, título ao qual era resistente, mesmo se não pudesse negá-lo por completo. Ainda em vida muitas graças lhe foram atribuídas pelos fiéis. Após a sua partida os testemunhos de curas são inúmeros. Muito carinhosamente é chamado pelo povo como “o santo de Aracaju”.
Frei Gleizer Campinho, OFMCap – Vice-Postulador da Causa de frei Miguel.