Queridos irmãos na Ordem do Presbiterado, saúdo a todos com o desejo de que cada um esteja feliz e realizado. A Igreja, no Concílio Vaticano II, disse: “…lembrem-se, pois, os presbíteros que, no exercício da sua missão, nunca estão sós, mas apoiados na força omnipotente de Deus: e assim, com fé em Cristo que os chamou a participar do Seu sacerdócio, deem-se com toda a confiança ao seu ministério, sabendo que Deus é poderoso para aumentar neles a caridade (67)… Por tudo isto, o sagrado Concílio agradece afetuosamente a todos os presbíteros do mundo. «E Aquele que é poderoso para conceder mais abundantemente do que pedimos ou entendemos, segundo a força que opera em nós, a Ele se dê a glória na Igreja e em Cristo Jesus» (Ef. 3, 20-21).” (PRESBYTERORUM ORDINIS, n. 22).
Neste dia Santo, logo mais renovaremos nossas promessas sacerdotais. Tudo no mundo parece estar sem sentido e isso nos toca. Estamos talvez extenuados e desiludidos. Mas vale olhar para Cristo na Sua entrega ao Pai: “Pai, em tuas Mãos entrego meu Espírito” (Sl 30). Rezo e penso nos mais diversos padres desta Arquidiocese que foram e são trigo moído como Cristo, através da sua oblação e do seu serviço discreto e silencioso, e rezo por todos vocês. Às vezes, nossa recompensa são as lágrimas que derramamos e que só o Pai vê; no silêncio da nossa Capela, resta Ele e nós. E nessa solidão povoada encontramos uma unção nova, um Pentecostes novo.
Neste Ano Santo da Esperança, que Nossa Senhora, Mulher de Esperança, Mãe dos Presbíteros, alcance a todos. Tenhamos hoje em mente a vida dos nossos padres que já na Glória estão, e daqueles que atravessam seus calvários; entre eles, recordamos do Monsenhor Carvalho. Que nosso Arcebispo olhe para os padres com amor e distinção, e jamais caia na tentação de ver em nós funcionários. E se cairmos nessa esteira, recorde da atitude do Bom Samaritano: “Vade Et Tu Fac Similiter” (Lc 10,37). Somos de carne e osso. Temos sentimentos e uma história.
Nesta primeira Missa do Santo Crisma em que o senhor preside nesta Arquidiocese, Dom Josafá, faça valer o Perfume Crismal que, do Seio da Trindade até a Sinagoga de Nazaré, e hoje no rito da confecção do Crisma, nunca mais deixou de derramar o Óleo Perfumado da CURA e da salvação.
Termino com um antigo dito latino: “Quem és, ó padre? És tudo e nada.”
Felicidades, Esperança e muita paz, caros irmãos.
Vosso,
Pe. Anderson Gomes, pároco da Paróquia São Pedro Pescador (Bairro Industrial, Aracaju) e representante do Clero.